O Dia – 27/03/2024
Unidade funcionará 24 horas e oferece serviços como assistência social, cabeleireiro e atendimento médico
O centro itinerante de acolhimento às pessoas em situação de rua, da Prefeitura do Rio, foi reaberto em novo endereço, no Maracanã, Zona Norte da cidade, nesta quarta-feira (27). Chamado de Ponto de Acolhimento na Rua (PAR), o espaço oferece serviços básicos como assistência social, lavanderia, cabeleireiro e atendimento médico à população que chegar ao local.
O PAR, que faz parte do programa Seguir Em Frente, da Secretaria Municipal de Saúde, é uma ação itinerante e ficou montado cerca de quatro meses na Praça da Cruz Vermelha, no Centro da Cidade. Nesse período, 2.837 pessoas foram atendidas e saíram da situação de rua, segundo o secretário Municipal de Saúde Daniel Soranz.
“Agora, nosso objetivo é cuidar dessa cracolândia aqui, que fica na região do Maracanã, da Praça da Bandeira e São Cristóvão. Então, nosso objetivo é criar ainda mais vínculo com essa população, iniciar os cuidados em saúde e, gradativamente, colocar cada uma dessas pessoas que estão em situação de rua aqui na região para dentro do programa Seguir em Frente”, explica Daniel Soranz.
Emerson Rodrigo, que foi acolhido pelo programa quando estava no Centro da Cidade, agora trabalha para ajudar outras pessoas: “Às vezes até para tomar um banho, usar um banheiro, é difícil quando se está em situação de rua. O que fizeram comigo, agora eu estou passando pro próximo. Dar uma palavra, cuidar. Às vezes eu vou me colocar no lugar do próximo”, conta.
O PAR Maracanã fica aberto 24h por dia e deve ficar instalado no Maracanã por oito meses, até criar vínculo com a população de rua da região, segundo Soranz. Incialmente a entrada acontece pela Avenida Bartolomeu Gusmão, 1001, em São Cristóvão.
O secretário Municipal de Assistência Social Adilson Pires falou da inauguração do novo centro: “Nós temos, no Rio de Janeiro, quase 8 mil pessoas vivendo nas ruas. Então, o PAR cumpre um papel como se fosse um grande centro pop, na minha visão. Nesse espaço, você tem todo o processo de acolhimento, oferta de banho, de médico, assistência social. As pessoas que estão na rua precisam disso, que o poder público se faça presente e estenda a mão”, afirmou.
“A assistência social está presente aqui com toda uma equipe. Muitos dos que vem aqui têm problemas de saúde, mas outros têm problemas sociais. De Cadastro Único para receber o Bolsa Família, de documentação, muitos não têm certidão de nascimento, identidade. Muitos têm problemas familiares. A equipe da assistência social, composta por psicólogos, educadores, acolhe esse morador”, disse Adilson.
Morador de rua e ex-presidiário, Arias Avelar foi acolhido há duas semanas e utiliza os armários do PAR para guardar os seus pertences. Aos 73 anos ele contou que seu objetivo nessa quarta-feira (27) era conseguir um emprego.
“Ninguém vive bem na rua. Não é possível você passar noites seguidas na rua, na condição de violência, num desconforto térmico, em temperaturas absurdas, não tem água para beber, não tem água para tomar banho, não tem banho. Essas pessoas ficam desesperadas, elas pedem para ter alguma coisa”, declarou o Superintendente de Saúde Mental, Hugo Fagundes.
As pessoas em situação de rua podem ir até o centro de acolhimento a qualquer momento. Não é necessário apresentar documentos para ser atendido.
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