Rio amplia ações para identificar e tratar casos de HIV

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Vida e Ação – 29/11/2024

Durante o Dezembro Vermelho, município promove ações para orientar, testar e vacinar a população contra as ISTs. 7 de dezembro será o Dia D

Com 9 mortes por Aids para cada 100 mil habitantes – número maior que a taxa nacional – e 27,7 casos de HIV detectados a cada 100 mil habitantes – mais do que a média estadual de 23,3 a cada 100 mil habitantes – a cidade do Rio de Janeiro quer aproveitar o Dezembro Vermelho para intensificar a a testagem para HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

A partir desta primeira semana do mês, unidades de saúde do município,  entre clínicas da família e centros municipais de saúde, promovem ações para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, ampliando o acesso à informação, exames e tratamentos. O Dia D da campanha será no sábado 7 de dezembroquando a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) promoverá uma grande mobilização para estimular a procura pelos serviços de saúde.

Além da testagem, haverá entrega de preservativos e gel lubrificante, orientações sobre a prevenção combinada para o HIV, distribuição de informativos e vacinação para atualização da caderneta de vacinação. A SMS amplia o acesso à testagem com a ação VanBora!, uma van com equipe de saúde que circula nos principais pontos de aglomeração, em festas e eventos, levando testagem, orientação e vacinação para o público presente – na grande maioria, pessoas jovens, principal alvo das novas infecções por HIV.

O município conta ainda com o Centro de Prevenção Combinada, que disponibiliza a profilaxia pré-exposição (PrEP), a profilaxia pós-exposição (PEP) e outros métodos de prevenção, de domingo a domingo, e o Centro Especializado em Infectologia, para o tratamento desses pacientes.

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“As infecções sexualmente transmissíveis são um problema de saúde pública relevante e a SMS mantém esforços constantes para o seu controle, No Rio, todas as unidades de Atenção Primária estão aptas a orientar, conscientizar, testar e tratar ISTs. Todo o tratamento e medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo SUS”, diz o  secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

A Atenção Primária desempenha papel fundamental nos desafios impostos pelo HIV, as unidades auxiliam no rastreamento, diagnóstico precoce, tratamento e cuidado integral de pessoas vivendo com HIV/Aids. As unidades municipais de saúde dispõem de equipes aptas a orientar para a prevenção, diagnosticar precocemente e oferecer tratamento adequado.

“Lembramos da importância do teste para quem tenha vida sexual ativa e, por vezes, desprotegida. Isso evita que a infecção seja diagnosticada tardiamente. E, hoje, temos uma excelente ferramenta que é a PrEP que, praticamente, já zerou a taxa de novas infecções em alguns países. É importante que todo mundo saiba desse tratamento”, diz Carlos Tufvesson, coordenador da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio.

Mais de 17,8 milhões de preservativos masculinos distribuídos este ano

A rede municipal de saúde trabalha com a chamada prevenção combinada ao HIV, que associa diferentes métodos de prevenção ao vírus, desde a distribuição de preservativos – este ano já foram mais de 17,8 milhões de preservativos masculinos até o tratamento. As ações incluem:

  • testagem;
  • prevenção da transmissão vertical (da gestante vivendo com HIV para o bebê);
  • tratamento das infecções sexualmente transmissíveis;
  • imunização para as hepatites A e B;
  • redução de danos para usuários de álcool e outras drogas;
  • profilaxia pré-exposição (PrEP);
  • profilaxia pós-exposição (PEP);
  • tratamento para as pessoas que já vivem com HIV; e
  • distribuição de preservativos.

Apesar de intensificarmos as ações neste mês, a prevenção deve ser feita em todo o ano! Portanto, orientamos a população a sempre procurar a equipe de saúde da família de referência para se manter orientado e atualizado”, completa o secretário Daniel Soranz.

Iluminação no Cristo Redentor e outros pontos do Rio

Neste fim de semana, diversas capitais estarão com mobilizações e ações de prevenção. Alguns monumentos no Rio de Janeiro serão iluminados em vermelho nesse domingo, 1º de dezembro, para marcar a data: Cristo Redentor, Arcos da Lapa, Estácio de Sá, Passarela da Rocinha e Câmara dos Vereadores. A cor é uma referência ao laço vermelho que simboliza a solidariedade de pessoas ao redor do mundo.

A iluminação do monumento ao Cristo Redentor, entre 19h e 20h, em solidariedade a milhões de pessoas que vivem com HIV é uma parceria do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor com a Coordenadoria de Diversidade Sexual (CDS-Rio), órgão ligado à Casa Civil da Prefeitura do Rio.  A previsão é que as luzes vermelhas dos outros monumentos sejam acesas a partir das 18h.

Instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1988, o 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Estabeleceu-se como uma data simbólica em apoio às pessoas envolvidas na luta contra o HIV e para ressaltar a compreensão da Aids como um problema de saúde pública global. Além disso, tem o propósito de quebrar o estigma da doença pelo conhecimento, garantindo o acesso das informações à população.

Números de HIV e Aids no Rio de Janeiro

Entre as capitais do país, o Rio de Janeiro registrou 9 mortes para cada 100 mil habitantes no ano passado – número maior que a taxa nacional. As informações são do Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2023. A taxa de detecção de aids na capital fluminense foi 27,7 casos por 100 mil habitantes, maior que a taxa estadual, de 23,3 casos por 100 mil habitantes.

documento mostrou 43.403 casos em todo o país, sendo 15.064 no Sudeste e 4.363 no Rio de Janeiro. Nos últimos dez anos, o Rio de Janeiro registrou queda de 32,2% no coeficiente de mortalidade por aids, que passou de 9,3 para 6,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, o estado registrou 1.370 óbitos tendo o HIV ou a aids como causa básica, 23,3% menos do que os 1.788 óbitos registrados em 2012. A taxa de gestantes infectadas pelo HIV na capital do estado é de 6,2 (casos por mil nascidos vivos). 

No entanto, a quantidade de pacientes que iniciam o tratamento ainda preocupa as autoridades de saúde. Em 2022, 37% das mais de 140 mil pessoas que viviam com HIV no Estado do Rio de Janeiro – a maioria delas na capital – não estavam em tratamento.  Diante deste cenário, oferecer pleno acesso às informações sobre os diversos métodos e formas de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é muito importante.

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