CBN – 07/05/2025
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em entrevista aos âncoras Bianca Santos e Leandro Resende no CBN Rio, apontou conivência de agentes de segurança com a venda de drogas na cidade. Soranz disse que a Secretaria de Segurança tem ciência desse mapeamento de cracolândias:
“O que a gente vê na cidade do Rio de Janeiro, hoje, é uma situação absurda. São pessoas vendendo drogas à luz do dia, ao lado das delegacias, a gente fala da Praça Cruz Vermelha, que fica a menos de um quilômetro da sede da Polícia Civil. Não se forma cracolândia, onde não tem ponto de venda de crack”.
Soranz destaca que a Secretaria de Saúde, junto com a Secretaria de Assistência Social, junto com o Instituto Pereira Passos, publicou 150 pontos de venda de crack na cidade do Rio de Janeiro. Desde 2018, esses pontos estão mapeados. Segundo ele, não há saúde pública que vá dar jeito se for permitida a venda de uma droga que vicia com tanta facilidade como o crack:
“O crack vicia muito fácil, é uma das drogas que mais gera dependência nas pessoas. Então, a gente não pode assistir, do outro lado, ao crime organizado, vendendo crack e tendo verdadeiros agentes de traficantes que induzem pessoas, ou estimulam as pessoas a cada vez utilizarem mais a droga. Isso do lado de escolas, destrói famílias inteiras. Existe muita gente no Rio de Janeiro ganhando dinheiro com a venda de crack”.
O secretário Daniel Soranz destaca que, se não tiver uma investigação séria para prender e coibir a venda de uma droga que vicia tanto, as cracolândias vão aumentar:
“Não é possível um delegado ver a pessoa vendendo crack do lado da sua delegacia e achar que isso é normal. A impressão que dá é que não reprime e ainda protege aquele traficante que está vendendo do lado da sua unidade, que está vendendo do lado da delegacia da sua área. É isso que parece, é isso que dá a entender para a população, para a sociedade e também para os profissionais da saúde”.
Soranz deixou claro que levou esses dados para o secretário de Polícia Civil anterior, Marcus Amim, e que a atual secretária de Assistência Social conversou com o atual chefe de Polícia Civil, Felipe Curi.
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