O Globo – 02/07/2025
Unidade já ampliou em 80% a capacidade de internação e oferece novos serviços, como radioterapia
O Hospital do Andaraí está passando por uma ampla reforma que promete transformar a unidade em um dos principais polos de saúde da cidade. Desde que foi municipalizado, em dezembro de 2024, o hospital já ampliou em 80% sua capacidade de internação e começou a oferecer novos serviços, como radioterapia — especialidade inédita na unidade. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que até o início de 2026 toda a reforma esteja concluída e a unidade operando com 450 leitos, contra os 150 existentes antes da municipalização.
A obra, que já recebeu R$ 200 milhões em investimentos federais, foi vistoriada no último dia 20 pelo prefeito em exercício do Rio, Eduardo Cavalieri, e por representantes do Conselho da Cidade.
— Estamos entregando por etapas. Em agosto e setembro teremos novas inaugurações, sempre reabrindo áreas com qualidade e colocando o hospital a serviço da população — afirmou Cavaliere.
A emergência foi modernizada com a entrega das áreas de clínica e trauma, cinco leitos de CTI foram abertos, a unidade de pós-operatório entrou em funcionamento e, após dois anos encaixotado, o tomógrafo começou a operar.
O número de leitos subiu de 150 para 270, e o hospital passou a atender cerca de três mil novos pacientes por mês. A emergência opera com portas abertas, e a expectativa da secretaria é de redução das filas de espera e de maior agilidade no atendimento, não só para moradores da Zona Norte, mas de todas as regiões da cidade.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destaca a importância histórica e estratégica do Hospital do Andaraí para a saúde pública do Rio e detalha os avanços após a municipalização da unidade:
— O hospital tem mais de 80 anos e é essencial não apenas para a região da Tijuca, mas para a população carioca. Ele é referência em assistência médica de média e alta complexidades, incluindo cuidados oncológicos. E também tem o Centro de Tratamento de Queimados. Desde dezembro de 2024, quando a prefeitura do Rio assumiu a gestão, iniciamos um processo de intervenções que, em dois meses, permitiu a reabertura da emergência do Andaraí. E a reativação da emergência representa um avanço importante para a rede hospitalar do município, tirando a sobrecarga de outras emergências da rede.
Com a ampliação da estrutura, a prefeitura também iniciou a contratação de novos profissionais para suprir a demanda, de acordo com a abertura gradual dos setores em obras. Atualmente, estão em andamento reformas no Centro de Tratamento de Queimados, na cozinha, no ambulatório, no centro de imagem, no bloco administrativo e na unidade de internação.
Os recursos recebidos do governo federal — que também financia as obras do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá — são acompanhados por meio de um portal de transparência criado pela prefeitura. De acordo com Cavaliere, R$ 600 milhões por ano serão usados para manter o funcionamento das duas unidades.
A secretaria afirma que toda a rede está integrada às centrais de regulação municipais e estaduais, garantindo conexão com UPAs e clínicas da família da Zona Norte. A modernização tecnológica e melhorias na acessibilidade e atendimento humanizado também fazem parte do projeto.
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