A PPP que vai mudar a cara do Souza Aguiar, a maior emergência da América Latina

O evento contará com palestras sobre a atuação do HMSA na saúde pública do Rio
O evento contará com palestras sobre a atuação do HMSA na saúde pública do Rio

Brazil Journal – 25/07/2023

A Prefeitura do Rio de Janeiro está licitando a gestão administrativa do Complexo Hospitalar Souza Aguiar — uma parceria público-privada que vai substituir centenas de contratos vigentes e dar mais agilidade às tomadas de decisão.

O leilão marca a primeira vez que um hospital do Rio adota esse modelo de administração, que já é usado por alguns hospitais em São Paulo e na Bahia e amplamente adotado em países como Inglaterra, Espanha, Portugal e Canadá.

Construído há 115 anos, o Souza Aguiar é um hospital icônico no Rio, com 519 leitos, mais de 60 UTIs e que atende toda a região central da cidade.

O complexo é composto pelo Hospital Souza Aguiar, a Maternidade Maria Amélia e o CER-Centro, um centro de emergências que hoje é o maior da América Latina, atendendo quase 8 mil pessoas por mês.

A PPP vai exigir da concessionária vencedora um capex de R$ 848 milhões (entre trocas de equipamentos e obras de renovação) e um opex anual de R$ 104 milhões.

Como contrapartida, a prefeitura está propondo pagar uma receita anual máxima de R$ 197 milhões pelo prazo de 30 anos.

Os envelopes das propostas serão entregues nesta quinta-feira, com o leilão marcado para 2 de agosto. Até agora, seis grupos demonstraram interesse pela PPP: um espanhol, um japonês e quatro brasileiros.

Após a entrega dos envelopes, a comissão de licitação vai avaliar se os interessados atendem requisitos mínimos como experiência no setor e perfil financeiro, antes de abrir os envelopes habilitados no dia do leilão.

Ganha a PPP quem oferecer o maior deságio em relação à receita máxima permitida.

Daniel Soranz, o Secretário de Saúde do Rio de Janeiro, disse ao Brazil Journal que o modelo deve dar mais eficiência à gestão, já que a concessionária conseguirá operar o hospital com a agilidade da iniciativa privada.

Hoje, a Prefeitura tem que fiscalizar mais de 100 licitações para a administração do hospital: da manutenção predial à lavagem de roupa, da alimentação à hotelaria, do prontuário eletrônico ao almoxarifado.

“Com a PPP, vamos fiscalizar um só,” disse Soranz, adicionando que a PPP será seguida por outras quatro que devem passar a gestão administrativa de grandes hospitais do Rio para players privados. (A gestão da saúde em si continua com o Poder Público).

Além da prestação dos serviços, o contrato do Souza Aguiar inclui a troca de 100% dos equipamentos do hospital — como tomografia, raio x, computadores, cadeiras, impressoras, e instrumental cirúrgico — e algumas obras de renovação e manutenção do prédio.

O Souza Aguiar carece de obras relevantes que a Prefeitura não conseguiu executar nos últimos anos. Para fazer todas, serão necessários três anos de execução.

“Todas as obras já foram mapeadas e estruturadas, mas elas vão ter que ser feitas de forma faseada porque não podemos parar o complexo,” disse Soranz.

Segundo André Vasconcellos, o assessor especial da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos, a ideia é manter a mesma quantidade de leitos do hospital, mas a expectativa é que – com as reformas e troca dos equipamentos – a quantidade de consultas e exames aumente de forma significativa.

“Com o aumento da área construída, também vamos conseguir ter uma infraestrutura mais humanizada, com uma distância maior entre cada leito,” disse ele.

A expectativa é que as obras aumentem em mais de 40% a área construída do complexo, passando de 38 mil metros quadrados para 56 mil m², segundo ele. Além de verticalizar mais o hospital, o projeto prevê a construção de um edifício-garagem, que também será gerido pelo consórcio vencedor.

Leia também: Saúde do Rio de Janeiro terá programa de detecção precoce de autismo

 

Leia também

Pular para o conteúdo