“Em outubro, vamos voltar a aglomerar, abraçar e beijar”, diz secretário de Saúde do RJ

Aline Massuca/Metrópoles
Aline Massuca/Metrópoles

cidade do Rio se prepara para, nos próximos quatro meses, atingir a marca de 90% dos cariocas adultos vacinados e, com isso, liberar beijos, abraços e aglomeração “do jeito que o Rio gosta”. A meta otimista é do secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, que faz apenas uma ressalva: o plano só dará certo se o Ministério da Saúde cumprir com a promessa de repassar ao município volume de vacinas suficiente para manter a média atual de 180 mil doses aplicadas por semana.

“Nós acreditamos na vacina. Importante mesmo é vacinar o mais rapidamente possível, para que a cidade possa se programar e retomar o jeito de ser carioca: estar próximo um do outro, abraçar, beijar e aglomerar. E isso será possível quando cumprirmos o plano de imunização”, garante Soranz, em entrevista exclusiva ao Metrópoles. O gestor revela que torce para que outubro chegue logo. “Também tenho saudades disso!”, brinca.

Para cumprir o cronograma mencionado, o secretário tem em tempo real a atualização dos indicadores do município em seu gabinete em uma plataforma montada para monitorar o avanço da vacinação na cidade. Entre os dados, estão os números gerais de infecções pelo novo coronavírus, com os dados específicos de casos entre os vacinados, as internações, os recuperados e óbitos, além do censo hospitalar com as filas por leitos intensivos e vagas disponíveis.

“A expectativa é de que a gente tenha um cenário bem melhor quando toda a população acima de 18 anos estiver vacinada. Com 40% de vacinados, a gente já vê reduções importantes, como a diminuição dos casos entre aqueles que já tomaram duas doses, também há redução no grupo que tomou uma dose apenas. Do grupo de 60 a 69 anos, por exemplo, que só recebeu uma dose, temos redução importante de hospitalizações”, comenta Soranz.

A cidade do Rio já vacinou, até a última segunda-feira (7/6), 2.313.033 milhões com a primeira dose do imunizante – destes, 969.248 receberam a segunda dose e completaram a programação vacinal. Atualmente, o número representa 40% de toda população alvo da campanha imunizada com a primeira dose. Com isso, o Rio é a segunda cidade que mais vacinou, num ranking nacional, atrás apenas do município de São Paulo, que tem quase o dobro da população do Rio.

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“A idade pra gente é o principal fator, uma vertente epidemiológica bastante concreta. E permite ainda uma vacinação equânime, resultando em previsibilidade para a imunização, reduzindo ainda a ansiedade das pessoas que conhecem e sabem que há um calendário em curso”, explica o secretário.

Proporcionalmente, o município do Rio ultrapassa a cidade de São Paulo, aparecendo como a quarta capital que mais vacinou, atrás apenas de Vitória, Porto Alegre e Belo Horizonte. Na leitura voltada para o percentual da população, o desempenho carioca é melhor do que 85% das outras capitais brasileiras. E a quantidade de doses aplicadas, em números absolutos, é superior a 98% dos municípios.

De acordo com o plano municipal, caso a frequência de repasses de vacina não sofra alteração ou as entregas não sejam interrompidas, a cidade vai atingir, em outubro, 90% da população adulta (acima dos 18 anos) vacinada, o que significa 4.751.824 cariocas protegidos com a primeira dose. A estimativa é feita com base no censo de 2010, que indica 5.279.803 de moradores em idade adulta. Se analisado o total de habitantes da cidade do Rio, 6.747.815 milhões, a marca será de 75% de cariocas vacinados.

Além de liberar as medidas de restrição, o Rio também garante, ao atingir essa marca, retomada plena da economia, investindo, por exemplo, no reaquecimento do turismo, com uma grande festa de réveillon que já está sendo planejada, e no retorno do Carnaval em 2022.

“Esperamos que todos os que completaram 60 anos ou mais busquem a vacina. Ainda faltam 2% de cariocas na faixa dos 60 anos ou mais que ainda não foram vacinados. E esperamos que todas as idades abaixo dos 60 se vacinem na mesma proporção, com a mesma adesão, entendendo que a vacina faz diferença e vai garantir imunidade para a cidade”, completa.

 

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