O Globo – 13/07/2023
Plataforma ‘Geovacina’, desenvolvida pelo Centro de Inteligência Epidemiológica para monitorar a imunização na cidade, pode ser levada para outras cidades
Com ajuda da ‘Geovacina’, que mapeia os endereços de famílias que estão com a caderneta de vacinação atrasada, as equipes de Saúde da Prefeitura do Rio conseguiram aumentar em 15% a cobertura vacinal dos cariocas nas áreas cobertas durante o período de testes da ferramenta. O sistema foi desenvolvido pelo Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE) da secretaria municipal de Saúde do Rio e pode ser exportado para outras cidades da América Latina.
A primeira versão da plataforma reúne dados de crianças de 6 a 11 meses e mapeia quais estão com o esquema vacinal completo ou não. No sistema é possível observar a distribuição delas por toda a cidade e qual a equipe de saúde da Atenção Primária é responsável pelo atendimento daquela família. A partir dos dados é possível planejar campanhas de busca ativa, por exemplo, de crianças com o esquema da vacina pentavalente incompleto.
A cobertura vacinal é um dos principais desafios a serem enfrentados no Rio. Após uma grande procura do carioca para receber as primeiras doses da vacina da Covid-19, somente 45% dos idosos retornaram aos postos para receber o imunizante bivalente. Dados do Observatório Epidemiológico do Rio revelam ainda que, entre as crianças, apenas a vacinação da BCG alcançou a meta este ano. A cobertura da pentavalente cresceu em relação a 2022, mas ainda está em 73%, quando o ideal seria 95% das crianças com a imunização em dia.
— Produzimos importantes modelos de monitoramento epidemiológico, fundamentais para a vigilância em saúde e para a resposta a emergências de saúde pública, como a pandemia da covid-19 e os surtos e epidemias de gripe que tivemos no último ano, por exemplo. O Rio desenvolveu as ferramentas e está à disposição de outras cidades brasileiras para compartilhar essas soluções — afirmou o secretário de Saúde Daniel Soranz.
Nesta quinta-feira, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) Jarbas Barbosa da Silva Júnior visitou o Centro de Inteligência e demonstrou interesse de levar o sistema para outras cidades ainda esse ano. Em suas redes, Jarbas Barbosa afirmou ser preciso encontrar soluções para auxiliar no planejamento da saúde pública.
“Para ter acesso a informações qualificadas, detectar e prevenir surtos, bem como dar resposta rápida a desastres e emergências de saúde pública”, afirmou.
Leia também: ‘Expectativa é realizar 30 mil cirurgias por ano’, diz secretário sobre inauguração no Hospital Ronaldo Gazolla